Recorde olímpico ou brincadeira?
Com certeza o mundo nunca havia visto prova tão disputada como a do salto triplo ocorrida no dia 17 de outubro de 1968. Foi incrível! Os nove recordes mundiais quebrados pelos triplistas Vicktor Saneyec (URSS), Nelson Prudêncio (Brasil) e Giuseppe Gentile (Itália), como se a prova fosse uma brincadeira de criança, deixaram o mundo inteiro paralisado durante uma das provas mais espetaculares do atletismo mundial.
O último salto do soviético Vicktor Saneyec tirou o ouro tão desejado por toda a nossa nação brasileira que até então seria do atleta Nelson Prudêncio. Saneyev, que pulou como um gato, quebrou o recorde mundial pela nona vez na mesma prova e acabou com o gostinho dourado que o brasileiro já conseguia até sentir. Prudêncio, em seu último salto, pulou 17,27m, enquanto o soviético viajou pelo ar batendo o recorde mundial, passando para 17,37m e fazendo com que todo o estádio ficasse boquiaberto.
A então considerada “competição sem emoção” passou a ser um dos assuntos mais comentados sobre atletismo durante essa olimpíada. Tenho certeza que Nelson foi tido como um bom sucessor do renomado campeão do salto triplo Adhemar Ferreira da Silva por todo o povo brasileiro depois dessa emocionante prova, mesmo não tendo conseguido nunca ganhar uma medalha de ouro.
Com toda a certeza, posso dizer que essa competição marcou para sempre o Brasil, a União Soviética e a Itália na história do atletismo olímpico.
Voando no México
Caro leitor que achou o episódio dos “Simpsons”, em que um atleta do salto em distância pula a arquibancada e cai fora do estádio, muito forçado: você pode estar errado. Esse episódio foi inspirado no norte-americano Robert Beamon que saltou a incrível marca de 8,90m nos jogos olímpicos de 1968 na Cidade do México. Obviamente, ele não caiu fora do estádio, mas pode-se dizer que ele literalmente voou sobre a caixa de areia.
Muitos dizem
que o salto de Robert foi o mais impressionante dos anos de 1968 a 1995 (quando
Mike Powell saltou 8,95m, superando a marca de Robert). Porém, o feito de
Boeman foi realizado nas melhores condições possíveis para um atleta: o ar, na
alta Cidade do México, é rarefeito e o vento na hora do salto era forte e
favorável ao pulo. Mesmo assim, um pulo que bate o antigo recorde em 55 cm não
é um pulo desprezível para a história do salto em distância.
O norte-americano chegou às olimpíadas de 1968 como favorito
da prova. Porém, ao queimar os dois primeiros saltos, deixou toda a torcida de
sua pátria aflita. Apenas no ultimo salto, conseguiu ganhar a prova.
A princípio, os norte-americanos não comemoraram, já que a
câmera posta na caixa de areia registrava apenas até 8,50m - marca que lhe
garantia o recorde e a medalha de ouro. Foi necessário recorrer à antiga e boa
fita métrica para chegar a marca 8,90m.
Agora, sim, os norte-americanos comemoravam a medalha e o feito de
seu atleta, mas Beamon ainda estava estranhamente parado como se não soubesse o
que tinha acontecido. Ele só se deu conta de sua extraordinária marca quando
foi convertida para pés, muito estranhamente o norte-americano não sabia ver o
comprimento em metros. Depois disso foram só choro e alegria de Robert.
Posso estar errado, mas na minha impressão esse recorde foi
mais impressionante do que o recorde de 17,37 alcançado por Vicktor Saneyec da
União Soviética no salto triplo neste mesmo ano, pois este tocou no chão duas
vezes antes de cair na caixa de areia, enquanto Beamon voou pelo céu só caindo
na areia.
show de bola!! "Viajou pelo ar" shauhsuahsuahsuahus
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